sábado, 6 de novembro de 2010

OS PRIMEIROS CARTÕES POSTAIS DA CRUZ ALTA

Entre as décadas de 1910 à 1920, Cruz Alta era uma cidade modelo, o exemplo do progresso  que avançava no RS. Era a única cidade do interior do Estado a possuir cinema (havia 3 empresas instaladas); as principais ruas estavam todas "asfaltadas"; possuía as mais modernas farmácias e botiques do interior; indústrias das mais variadas - principal exportadora de madeira  e erva-mate do estado - , além de contar com sua forte influência política, herdada nas últimas décadas do século 19.
Líderes do Estado viajavam de POA à Cruz Alta para decidir, aqui, os rumos do Rio Grande.

A Estação Ferroviária, construída em 1893, passava a atrair tantos estrangeiros que, para atender a demanda, tiveram que instalar no saguão da Estação um Restaurante Francês, um Italiano, e outro Alemão - onde, em cada estabelecimento, só se falava a língua nativa da etnia.
Resumindo, era uma cidade tão moderna que as pessoas diziam: "Tudo que há de moderno no mundo, pode ser encontrado em Cruz Alta" . 
Quem dera ainda fosse assim, né? Como as coisas mudam...


Pegando carona nessa onda de fervor e entusiasmo, foi lançado uma série de luxuosos cartões postais, com direito a uma minuciosa e caríssima coloração com pinceladas manuais. 
As fotos exibem trechos da cidade que apontavam os primeiros sinais do  Modernismo que despontava nos primeiros anos do século XX. Além da boa resolução das imagens, temos uma mostra das cores suaves e harmônicas utilizadas na época, visto que fotos coloridas surgiriam  somente mais tarde, em meados dos anos 50.
Para aqueles interessados, os cartões originais estão à exibição no Museu Municipal, no Centro de Convergência, aberto ao público de segunda à sexta. Destacamos alguns deles:
O prédio de dois pavimentos era o suntuoso Palace Hotel, na década de 20.
O Banco Nacional do Comércio veio para Cruz Alta em 1919. O escritor Erico Verissimo trabalhou aqui de 1922 à 1926.
Rua do Comércio pouco depois de 1912, quando do advento da instalação da luz elétrica na cidade. Casa de Erico Verissimo no círculo vermelho.
Praça da Prefeitura, na década de 20. Rua Venâncio Aires. Rua Gen. Osório na transversal. O prédio da esquina é hoje um mini-mercado.
Década de 1910. Casa de Erico Verissimo no círculo vermelho.
Rua do Comércio, na década de 1910. O prédio branco, em primeiro plano, era o famoso "Ao Baratilho Carvalho", no século 19. A casa da esquina, à esquerda, atualmente, abriga dois bares, uma ótica e uma loja de CDs.
Palácio Municipal, construído em 1912.
Rua Maris e Barros. Banco Pelotense, construído em 1918.
Banco da Província, na Rua General Osório. Década de 20.

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