A Mui Leal Cidade do Divino Espírito Santo da Cruz Alta comemora hoje 189 anos; momento ideal para falarmos um pouco sobre a origem do velho Pouso dos Tropeiros.
Tudo começou em fins do século XVII, quando uma grande cruz de madeira foi erigida a mando do padre jesuíta Antonio Sepp Von Rechegg em 1698. Anos depois, com a demarcação do Tratado de Santo Ildefonso, em 1777, a cruz alta e a Capela do Menino Jesus serviu de "linha divisória" para separar as terras espanholas das portuguesas.
Pouso da Cruz Alta em 1787. Pintura de Rossano Cavalari
Foto atual da cruz na "Encruzilhada" ou "Cruz Alta Velha".
A cruz alta de madeira tornava-se rota para comerciantes, imigrantes, desertores do exército e selvagens, devido suas terras férteis e água em abundância, recebendo a alcunha de "Pouso dos Tropeiros" ou "Pouso da Cruz Alta". Houve também aqueles que se deslumbraram com o local e resolveram se estabelecer ao redor da cruz, formando um pequeno povoado.
A cruz alta de madeira tornava-se rota para comerciantes, imigrantes, desertores do exército e selvagens, devido suas terras férteis e água em abundância, recebendo a alcunha de "Pouso dos Tropeiros" ou "Pouso da Cruz Alta". Houve também aqueles que se deslumbraram com o local e resolveram se estabelecer ao redor da cruz, formando um pequeno povoado.
Tropeiros perambulando em Cruz Alta, no século XIX
No início do século XIX, os moradores resolveram migrar para o Norte (onde hoje é a Praça da Matriz), devido a necessidade de madeira e água. Ali formaram um vilarejo pobre, sem recursos para nada. Apenas um punhado de casas e ranchos e um agrupamento de homens empenhados em organizar a comunidade.
Cruz Alta em meados do século XIX (Reparem o barro na rua e a falta de postes de lampiões banhados em querosene)
Foi então que, em 18 de agosto de 1821, através de uma petição feita pelos moradores, aé oficializada a fundação da Cruz Alta. A povoação abastecia-se das águas de um arroio chamado de "Panelinha", pouco abaixo da rua principal, dando origem a "Lenda da Panelinha", que reza o retorno daqueles que aqui saciassem sua sede.
Em 1834 Cruz Alta elevava-se sede do município na categoria de vila. Em 6 de dezembro de 1858 passou a cabeça de Comarca e em 1879 elevava-se à categoria de cidade.
Cruz Alta tornava-se, lentamente, uma das cidades mais importantes do RS, chegando a ser, praticamente, 4 vezes maior do que Porto Alegre, em espaço territorial. 218 municípios estavam, naquela época, sob sua jurisdição, entre eles: Santa Maria, Soledade, Passo Fundo, Santo Ângelo, Ijuí, Panambi, Pejuçara, Ibirubá, Salto do Jacuí e por aí vai...
Cruz Alta participou ativamente de todos os grandes acontecimentos sociais e políticos do RS, servindo de berço da causa republicana. Recebeu a alcunha de "Ninho dos Pica-Paus", devido ao chapéu e as cores usadas pelos republicanos.
A cidade também foi o estopim que desencadeou a terrível Revolução de 1893, onde a prática da degola foi tão intensa, que, em nenhuma outra cidade da América do Sul, houve tanto derramamento de sangue. Dizem que nem mesmo a Revolução Francesa matou tanta gente.
Aqui nasceu grandes nomes como Erico Verissimo, Pinheiro Machado, Justino Martins, Julio de Castilhos, Heitor Annes Dias, entre tantos outros.
E para não nos estendermos demais, em nome de todos aqueles que amam essa terra, deixamos nossos votos de um futuro próspero.
Parabéns, Cruz Alta, pelos seus 189 anos de história!!!
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