Originalmente publicado em capítulos, no Jornal Folha de São Paulo, entre 1963 e 1965, "O Gaúcho" acabou tornando-se um dos maiores clássicos dos quadrinhos nacionais. O autor, Julio Shimamoto, nasceu em São Paulo, todavia, através de uma campanha de "valorização dos quadrinhos nacionais", acabou optando por criar um personagem gaúcho, uma vez que histórias sobre cangaceiros do nordeste não era mais novidade no mercado.
Shimamoto, que já havia desenvolvido pesquisa para uma HQ sobre a história do Rio Grande do Sul, aprofundou-se nas obras de Simões Lopes Neto e a primeira parte da saga "O Tempo e o Vento" de Erico Verissimo, para compor o herói Fidêncio. Um andarilho, veterano da Guerra do Paraguai, que vaga sem rumo por um Rio Grande do Sul que mais parece o Velho Oeste americano.
Pois bem. Passadas as formalidades, explicaremos o quê Cruz Alta tem a ver com isso. O protagonista Fidêncio, é uma espécie de "Chuck Norris Gaudério", valente, bom de sopapos, com faro investigativo e exímio manejador de armas. Em suas andanças, combate índios, "coronéis inescrupulosos" e todo tipo de bandidagem que se possa imaginar. Portanto, como todo bom protagonista de quadrinhos dos anos 60 e 70, haveria de ter um "Sidekick" - ou seja, um parceiros mirim.
O aliado de Fidêncio é um piazote que teve seus pais assassinados por bandidos, enquanto sua família se dirigia para Cruz Alta. Fidêncio salva e trata dos ferimentos do guri, empenhando-lhe a palavra de que o levará à casa do tio, que reside em Cruz Alta.
Entrementes, o eixo dramático da narrativa se desenvolve nesse ciclo de desmedidas e peripécias que sempre acabam desviando o trajeto dos personagens, nestas andanças e desventuras pelo Rio Grande. No entanto, o objetivo da trama, basicamente, consiste em levar o guri Zoca, são e salvo, para a cidade da Cruz Alta.
Recentemente, a Editora Júpiter II, que desenvolve um belíssimo trabalho de resgate dos clássicos dos quadrinhos nacionais, relançou a saga completa de "O Gaúcho" em quatro memoráveis edições, cujas belas capas ilustram essa matéria.
E para maiores detalhes, resenhas deste e de outros clássicos resgatados pela Editora Júpiter, não deixem de conferir o blog do nosso amigo Rafael Grasel, que fala com muito mais propriedade e riqueza de detalhes, clicando aqui.
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