No ano da graça de 1840, um jovem lusitano chamado Caetano Pereira da Motta fixou residência em Cruz Alta. CPM nasceu em Oliveira do Douro/Portugal no ano de 1815. Tornou-se senhor de muitas terras e prosperou no comércio local. Mas o feito mais notável de CPM foi, com certeza, ter construído essa belíssima quinta portuguesa, com direito a portão, lajotas e estátuas trazidas de Portugal.
Ornamentando o corredor da quinta, havia 4 estátuas em faiança, trazidas de Santo Antônio (Portugal) que representavam os quatro continentes (A Oceania não havia sido descoberta nessa época). E o belo jardim se estendia por mais de 100 metros de árvores frutíferas, flores das mais variadas espécies, estátuas, parreirais e uma adega para a fabricação de vinho do Porto.
Logo abaixo, uma das estátuas portuguesas, em foto tirada 130 anos após sua construção.
Mais uma vez, graças ao apurado senso de conservação ao patrimonio histórico que nossa gente possui, a quinta foi demolida na década de 1980. Hoje, para contar a história, só nos restou o portão, a chave e as lajotas da quinta, que estarão à exposição na Casa Luso-Cruz-Altense, que será construído brevemente.
O belíssimo portão da quinta após uma minuciosa restauração feita pelo Dr. Gerson Soares
Dá uma olhada no tamanho da chave
Detalhe das lajotas da fachada do pórtico
Para encerrar, descreveremos como funcionava o "complexo comercial" de Caetano Pereira da Motta:
No prédio à esquerda, CPM instalou uma bodega de secos e molhados. No prédio à direita, funcionava a farmácia Motta, do seu filho José Pereira da Motta.
Logo abaixo, uma pintura à óleo de Henrique Madeira para ilustrar como essas três construções deveriam ter sido em torno de 1890.
Dedicamos essa matéria aos nossos amigos: Dr. Gerson Soares e ao artista lusitano Jorge Miguel.
Agradecemos a Marilia Gudolle Göttens, trineta do CPM, pelas informações.
Pena que não existe mais!!
ResponderExcluirNossa cidade é histórica, mas possui pouquissimo patrimônio histórico!
Tens razão Gabriela. Considero a demolição da quinta a mácula maior na nossa história. Que pena, Gabriela! Que pena!
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