quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Arthur Moreira Lima no Ginásio Municipal

   Devido a chuva de domingo, o espetáculo com Arthur de Moreira Lima foi transferido para segunda-feira, no Ginásio Municipal, para garantir que a chuva não atrapalhasse novamente. A qualidade do show esteve impecável, como todos poderiam imaginar, de fato. O que realmente surpreendeu, entretanto, foi, justamente, a quantidade de pessoas que compareceram ao evento. Gente de todas as idades, com olhares atento e ouvidos extasiados. Confesso que ficamos chocados com a resposta positiva do povo cruz-altense.
   Antes da atração principal, o músico cruz-altense, Arthur Bonilla, apresentou algumas canções ao violão. Chegou até mesmo a expressar com palavras, emocionado e espantado, a presença maciça do público em um evento seletivo e pouco divulgado pela imprensa local. Quando findou apresentação, Arthur Bonilla foi aplaudido de pé, com uma prolongada, estrepitosa e sincera salva de palmas. Outro espanto, pois, dizem que santo de casa não faz milagre. Desta feita, fez.
   O mesmo aconteceu quando Arthur Moreira Lima sentou ao piano. Palmas e comoções calorosas como se sua imagem fosse tão íntima da mídia quanto esses "sertanejos que frequentam a universidade".
   E o que dizer do repertório? Ora... O coitadinho tem um mal gosto que dá dó! 
  Tocou "Trenzinho Caipira" e "Pó de chinelo" de Villa-Lobos; algumas composições clássicas de Beethoven, Chopin, Mozart, Ernesto de Nazareth e até mesmo três versões inusitadas:"Asa Branca" de Luiz Gonzaga, "Carinhoso" de Pixinguinha e o Hino Nacional, todas as canções completamente adaptadas, como se fossem tocadas ao melhor estilo de Beethoven.
   E por falar no mestre germânico, quando Arthur soou os primeiros acordes de "Sonata ao Luar", confesso que tive de conter a emoção. Foi a primeira vez que vi alguém executá-la.
   O único inconveniente da noite, foi o próprio pianista. Primeiro, fez com que os fãs esperassem por mais de meia-hora para serem atendidos. Mal atendidos, devo dizer. O cara não se dignou a encarar ninguém nos olhos, nem se prestou a olhar para as máquinas fotográficas, enquanto as fotos eram batidas (sem mencionar que ficou sentado o tempo todo). E quando abriu a boca, foi totalmente desagradável: "Vamos de uma vez que está muito frio aqui!" E começou a assinar rapidamente, um papel atrás do outro, sem nem ao menos olhar na cara daquelas pessoas (que também estavam no frio), e com toda a boa vontade, aguardando a chance de conhecê-lo.

   Tá certo que o cara é um mestre ao piano. Contudo, para ser um músico completo,  também é necessário se especializar no trato com as pessoas. Claro, pode ser que estivesse em um mal dia...   Ainda assim, consideração com os fãs não custa muito esforço, não é mesmo?

4 comentários:

  1. Não sei se te consola, mas já assisti uma apresentação dele no teatro e o comportamento não foi diferente.Cabeça baixa e sem olhar para ninguém! Talvez seja o temperamento dele ou não. O mesmo comportamento já observei em outros pianistas. Mas valeu o momento e valeu a música.

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  2. Ah, sim! Valeu o momento e a música.
    Aliás, até mesmo as pessoas que nunca haviam visto um pianista clássico deixaram o local dizendo que era uma pena que não houvesse mais espetáculos como esse.

    O Secretário de Cultura do município sentou ao meu lado, por um breve momento, e sussurrou para mim: "Viu só? Imagina então se as rádios dessem 30% de espaço para a música clássica". Meneei a cabeça, concordando, e já imaginando um "mundo com trilhas sonoras decentes". rsrsrs

    Lembrei que anos atrás, aconteceu uma apresentação fantástica na rua do ginásio, com a orquestra sinfônica do SESC de POA. As pessoas tiveram reações parecidas; aparentavam desconhecer as composições e até mesmo os seus compositores; mas mesmo assim, mostraram-se muito receptivas.

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  3. Oi hoje vivo no Paraná , mas sou de Cruz Alta , e adorei o blog de voces,principalmente pelo alerta
    para a consevaçaõ dos prédios antigos , eu quando criança la pelos anos 60 , morria de medo da mula
    sem cabeça que diziam aparecia na lagoa do cemitério, (que pena que naõ existe mais ) ha outra coisa, no meu tempo..era Crzaltense...
    parabéns

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  4. Olá, Conceição!
    Que pena que a Lagoa do Cemitério não existe mais, né?
    Estamos recebendo muitos e-mails de cruz-altenses que moram em outras cidades, estados e países.
    Que bom que tenha gostado e esperamos que nos visite mais vezes!!!
    Um abraço!

    Henrique Madeira e Greice Pozzatto

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