VESTUÁRIOS
Durante o Século XIX e boa parte do Século XX, o povo brasileiro trajava-se ao rigor da moda européia. Apesar da elegância impecável, a moda não deveria ser tão confortável, nem mesmo adequada ao nosso clima subtropical. Apesar do Rio Grande do Sul possuir invernos vigorosos, o verão é típico dos climas temperados, e até mesmo nos dias mais quentes do ano os cavalheiros usavam chapéu de feltro, camisas de gola alta, coletes, gravatas, casacos pesados e bengalas. Na maioria dos casos, a bengala era acessório de elegância, não de necessidade. As damas usavam espartilhos, chapéus, luvas e vestidos longos de lã ou chita.
Em Cruz Alta a coisa não era diferente, como poderemos ver nas seguintes fotos abaixo, que ilustram famílias, jovens, crianças, damas e cavalheiros que viveram em nossa cidade,
CRIANÇAS
Essa foto é interessante para reforçar dois aspectos: Tanto a criança loira, filho de fidalgo, quanto a criança negra, filho dos empregados da casa, andavam de pés descalços (o que era comum) e não tinham direito de usar calças compridas.
MENINAS
As meninas obedeciam normas tão rígidas quanto se fossem adultas. Como podemos ver nessa foto, apesar da pouca idade, algumas vezes elas pareciam bem mais velhas devido a seriedade e a postura exigida na época. Decotes em "V" eram permitidos somente com a descrição da guria à direita. As saias grossas deveriam vir abaixo do joelho, de preferência, na altura das canelas.
JOVENS SENHORITAS
Ao atingirem a puberdade, as meninas deveriam optar por cores mais sóbrias e homogêneas, demonstrando a transição para a fase adulta. Acrescenta-se ao visual a sombrinha, pois, assim como hoje está na moda a pele bronzeada, naquela época, quanto mais pálida, mais bela e desejada elas seriam.
MODA ADOLESCENTE
Detalhe para a linha da saia das senhoritas e a predileção pelas cores escuras. Roupas rústicas, elegantes, porém, sem muitos adornos. Na adolescência, os meninos ganhavam direito de usar calças compridas. Na verdade, já podiam trajar-se como "jovens senhores".
REUNIÕES FAMILIARES
As normas de etiqueta e bons costumes eram seguidas até mesmo nos momentos íntimos do lar. Seja no café da manhã, no almoço ou na ceia, a gravata e os tecidos pesados não eram dispensados.
REUNIÕES PÚBLICAS
Como no Século XIX não existiam clubes recreativos em Cruz Alta, as festas e reuniões aconteciam nas residências, seja em salas de viver ou ao ar livre. Nesses momentos os trajes poderiam ser um pouco mais exagerados, desde os chapéus largos ou com penas de plumas, à variação de cores e bordados.
Registro de um festejo da imigração italiana em Cruz Alta, no ano de 1897.
TRAJE DE INVERNO
No Sul do Brasil podemos gozar de um inverno tipicamente europeu, com direito a temperaturas abaixo de zero e, de tempo em tempo, a breves nevascas. Como podemos ver nessa foto batida em frente ao prédio da atual Lojas Benoid, os cavalheiros cobriam-se com sobretudos (que chamavam de capas pretas) e botas de cano longo, o que conferia elegância e até mesmo remetia ao estilo do velho oeste americano.
LENÇO E BOMBACHA
Como falamos de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, é claro que não poderia deixar de haver aqueles gaúchos que não abriam mão dos trajes típicos: lenço, botas, guaiaca e bombacha. Alguns misturavam ternos e acessórios sociais europeus com as roupas folclóricas do Sul. Essa foto foi batida no rancho da família Ramos, nos arrebaldes de Cruz Alta.
ABAIXO, SEGUEM MAIS ALGUMAS FOTOS CURIOSAS:
Para combater o tédio daquela época, um pianinho era uma ótima escolha.
Movimentação de cavalheiros no saguão da Estação Ferroviária de Cruz Alta.
Parabéns Henrique e Greice (minha ex-aluna) pelo qualidade do blog. Já estou recomendando aos meus alunos a visita ao Cruzaltino e ver tudo de bom que tem por aqui.
ResponderExcluirUm abração!
Olá, Profª.!!!
ResponderExcluirQue bom que gostou do blog. Agradecida pela divulgação.
Um grande abraço e esperamos que nos visite mais vezes!!!!
Greice Pozzatto
Estou trabalhando com meus alunos a representação da infância no Brasil no século XIX e início do XX através da fotografia e tentando encontrar algumas fotos para discussão, achei este blog. Parabéns!
ResponderExcluirLúcia Leiro
Professora UNEB
Departamento de Educação
Salvador - Bahia