Dizem que na região missioneira, em campos próximos onde hoje está plantada a cidade da Cruz Alta, vivia uma índia princesa da tribo Guarani, não muito bonita, mas com uma voz possuidora de um encanto quase sobrenatural. Anahi cantava como um rouxinol e era admirada por todos de sua tribo.
Certo dia, ao saber que homens brancos marchavam para conquistar suas terras, Anahi não buscou abrigo como as demais mulheres. Preferiu lutar ao lado de seus guerreiros. De fato, Anahi peleou como uma destemida guerreira, até que caíra prisioneira. Açoitada e torturada, não se rendeu a trair seu povo. Irritados com a relutância da princesa, os conquistadores condenaram-na a morrer numa fogueira.
Uma noite antes do suplício, Anahi conseguiu fugir, mas foi recapturada. Imediatamente trataram de amarra-la ao tronco de uma árvore e atear fogo em seu corpo, assim como a Inquisição Católica fazia com as aldeãs ditas "bruxas".
No dia seguinte, os inimigos depararam-se com a árvore tostada, onde podia-se vislumbrar Anahi coberta de flores vermelhas, como se fossem lágrimas de sangue.
Desde então, alimentara-se o falatório de que a princesa guerreira Guarani deixou o corpo para continuar vivendo transformada numa flor de corticeira.
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