Como vocês podem comprovar nas matérias postadas neste blog, e nas que se estenderão durante os próximos anos, Cruz Alta tem história. E, diga-se de passagem, um acervo inesgotável. Mas não apenas de história nossos livros se sustentam.
Há também muitas lendas. Algumas famosas, outras que estão caindo no esquecimento da vox populi.
Uma dessas lendas quase esquecidas é a Lenda da Lagoa do Cemitério. Como vocês podem ver nas fotos, próximo ao cemitério municipal, havia um lago límpido e, dizem, dava até para pescar nele.
Segundo reza o folclore, nestas redondezas, havia um casal apaixonado cujo namoro fora proibido pela família da moça. A "Julieta" era uma moça rica, bem instruída, de distinta família; o "Romeu" não passava de um pobre miserável. O problema maior ainda estava por vir. Não é que a moçoila engravidou, e quando o bebê nasceu a mãe acabou afogando a criança na lagoa?
O tempo passou e histórias transmitidas de boca a boca acabaram transformando o ocorrido em lenda. Diziam os mais antigos, que, em algumas noites, podia-se ouvir o choro da criança na lagoa e, outros, juravam de pés juntos que havia um monstro no lago, que aparecia com uma criança à tiracolo.
A coisa engrossou mesmo quando um padre, até então descrente, passou pelo local e viu o monstro com seus próprios olhos que a terra já comeu, a pedir-lhe que batizasse a criança rejeitada. O padre, estarrecido, correu para informar o delegado e, sendo mal compreendido, foi aprisionado e agredido.
O padre, magoado, rogou uma praga que, por incrível que pareça, acabou se realizando: Cruz Alta seria castigada e todos aqueles que aqui nascerem, somente colherão o fruto de seu trabalho se deixarem sua terra natal.
Foi isso que aconteceu à todos os cruz-altenses famosos.
Tiveram de deixar a cidade.
A respeito do lago, chamava-se "Lagoa Bento Gonçalves", apelidado de "Lagoa do Cemitério" pela população. Ela foi drenada na década de 40 para dar lugar ao Bairro Schettert. Como pode-se perceber, era moda tirar fotos no lago, com o sobrado Viecelli ao fundo.
O lago se foi, porém, felizmente, o sobrado Viecelli, ao fundo da foto, continua em pé, na esquina da Rua Jango Vidal com a Barão do Rio Branco.
Por essa foto, dá para perceber que o lago não era pouca coisa, não.
Nesta foto, vemos o Dr. Lucídio Ramos (vide Cruz-Altenses Ilustres) e esposa, passeando ao redor da lagoa.
Retratista registrando a Lagoa do Cemitério congelada,
após uma noite intensa de inverno.
Como pode um prefeito drenar um lago para construir casas? Qual foi a desculpa? Malária? Só mesmo dando risada. E isso aconteceu em outros lugares, também. Tristeza.
ResponderExcluirRalph, gostariamos de saber a desculpa, se é que há! É, realmente, uma lástima!!!
ResponderExcluiré uma lástima mesmo, seria tão bom ir tomar mate em volta da lagoa hj!
ResponderExcluirAlém de tudo, imaginem as melhorias na paisagem urbana com um lago próximo da praça e do cemitério! Como a Gabriela mencionou, a gurizada poderia se reunir nos beirais para tomar mate.
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